domingo, 24 de outubro de 2010


- Então me diga o que você realmente acha.
- Tem certeza?
- Sim.

-Bom, eu acho que já demos o que tínhamos que dar. Por muito tempo acreditei que pudéssemos ter um futuro lindo, acreditei em tudo que você me dizia. Fui extremamente sincera com os meus sentimentos. Sofri, chorei a sua ausência. Acreditei em todas as vezes em que você jurou me amar, talvez até por conveniência. E eu poderia continuar fazendo tudo isso por um bom tempo se não tivesse caído na real. Acontece que hoje não consigo mais sentir aquela segurança da sua parte, não te vejo mais do mesmo jeito. Você parece fingir um sentimento apenas para não contradizer aquilo tudo que você me disse, mas eu não quero o seu amor assim. Eu sei o que seu sentimento por mim mudou. Não acho que você me odeie, só não me ama mais. Seus objetivos agora são outros, e eu não vou ficar investindo numa relação unilateral. Não sei quanto tempo levei para perceber que só tinha restado eu a alimentar essa situação, mas vejo que sair dela é a melhor alternativa. E saio de cabeça erguida. Foi bom enquanto durou, mas agora cada um segue seu rumo. Por favor, não venha mais me dizer que seu futuro ainda sou eu, ou me dar qualquer tipo de ilusão apenas para me confortar e me manter quieta te esperando, porque nem eu preciso mais do seu conforto, nem vou te esperar mais.
A nossa história termina aqui, e espero que você continue sendo feliz como eu sei que vou ser agora.

sábado, 18 de setembro de 2010


Dia de faxina. Limpeza da alma. Dia de renovação.

Pra quem vê de fora, aquela é mais uma sacola cheia de papeis velhos. É, talvez seja.

Ali estão todas as recordações, as lembranças, os sonhos, e tudo que um dia planejamos para nós.
Eu as olhava todos os dias desde que você se foi. Eu me debruçava sobre elas como se elas pudessem me dizer o porque de tudo ter chegado àquele ponto. Mas não foram aqueles papeis cheios de coraçõezinhos ou declarações bobas que me mostraram isso.
Quando eu levantei os olhos daqueles papeis já tão borrados de lágrimas, vi que havia vida além das lembranças. Vi que você havia ficado no fundo daquela caixa, junto com suas juras. Te deixei lá, então, e quem sabe um dia eu te encontrasse de novo.
E como quem acaba de ser curada, me levantei sem entender bem o que acontecia. Mas algo pulava dentro de mim. Quantas coisas eu deixei passar quando resolvi me prender a você? Não importa quantas foram, eu trataria de recuperar uma por uma.

Eu sempre soube que não seria fácil. Quantas vezes me repreendi por recorrer àquela caixinha de novo, pensando que encontraria respostas? Quantas vezes me desiludi achando que meus esforços eram em vão, já que eu sempre acabava no mesmo lugar com as mesmas lágrimas a cair?
Vezes suficientes para saber que isso não levaria a lugar algum.

E hoje é dia de renovação. É dia de jogar coisas velhas fora, e começo jogando essas coisas que há tanto tempo não leio, que não me fazem mais chorar, nem rir. Elas representam a indiferença que hoje você também significa para mim.
Aquele lugar que por tanto tempo foi ocupado por suas recordações, agora é ocupado por novidades, por intensidades e por coisas lindas. Hoje eu vejo a vida de um novo jeito, sem saber o que virá amanhã, mas sabendo que ele chegará repleto de coisas novas para se viver. Os dias não são mais todos iguais.

Te perdendo eu cresci tanto que não sei se quero mais te encontrar.


sábado, 21 de agosto de 2010


Você diz que não se importa, que o sentimento por ela não é o mesmo que você sentia por mim. E eu acredito, por breves 5 minutos.
Eu sei que em algum momento de nossas vidas tivemos de nos separar, lembro também de tantas promessas que fizemos e que com o passar dos dias foram sendo quebradas. Não sei em que ponto vamos nos perdendo mais e mais, ou se a distância é só uma forma de tentar viver sem dor. Eu sei que de qualquer modo que eu tente viver, sua ausência é constante, as vezes mais intensa, as vezes mais fraca, mas sempre presente.
Ainda lembro de quando as primeiras promessas começaram a ser quebradas. Uma doía mais do que a outra. Dor que equiparo hoje ao que sinto quando vejo um espaço que já foi meu, palavras que um dia já foram ditas para mim sendo entregues a outra pessoa. Por mais que não seja sincero, parece tão verdadeiro como as coisas que um dia eu acreditei. Ou acredito.
Eu sinto medo. Medo de que eu esteja te perdendo de vez, medo de que você tenha encontrado alguém tão importante quanto você foi para mim. Eu vejo aquelas lindas declarações, eu vejo sua felicidade em fotos, e não posso acreditar que isso seja falso.
Eu queria te encontrar de novo. Eu queria me sentir completa outra vez. Queria me sentir forte como se nada nem ninguém pudesse me atingir. Eu queria tanto saber que você ainda me ama na mesma intensidade de antes, que o tempo não levou embora o que tínhamos de mais lindo.
Eu não consigo mais ter as certezas inquestionáveis que eu tinha antes.

Até que ponto você ainda estaria disposto a largar tudo para ficar comigo outra vez?
Será que ainda tens a mesma vontade que tinhas quando nos prometemos isso?

Eu vou esperar por você em todo lugar.



(Mesmo sabendo que não vai voltar.)

_

sábado, 7 de agosto de 2010


"Pra mim já deu, tô caindo fora"

Dei as costas e saí caminhando com passos largos e decididos. Sabia muito bem tudo que estava deixando para trás. Podia imaginar o quão ele devia estar perplexo.

Não fora fácil para mim decidir largar tudo assim. Foram semanas e mais semanas pensando em como poderia dizer-lhe isso, principalmente porque eu não tinha um motivo específico, eu simplesmente cansei.
Do mesmo jeito que a gente cansa de ser maltratada, eu cansei de ter tudo sempre perfeito demais. Não sou princesa para viver conto de fadas, eu gosto de realidade, intensidade, eu gosto de viver. Como se diz por aí, eu não aguentava mais comer o mesmo feijão com arroz todos os dias.
Sei que ele deve ter ficado extremamente chocado. Podia ver que ele sequer esperava por isso, ele curtia nosso namoro como ninguém, sem perceber que eu não estava na mesma sintonia dele. Apesar de ter tentado tanto entrar na dele, eu me via cada vez mais distante. Mesmo quando comecei a dar indiretas, continuava tudo igual. Então só havia uma saída para mim.
Comecei a falar com ele, e seu rosto incrédulo quebrava meu coração. Por mais que ele perguntasse se não podíamos melhorar, eu sabia que não. Ele poderia até se esforçar para isso, mas para mim aquilo já tinha dado o que tinha que dar, o que eu precisava era de uma grande mudança e sabia que isso ele não ia me proporcionar. Por fim, o jeito que tive de fazê-lo entender que não dava mais foi sendo clara o suficiente e virando as costas.

Eu caminhava leve, e mesmo com aquela cena triste se repetindo em minha cabeça, feliz. Era a primeira vez que me sentia totalmente feliz por ser solteira. Eu via um mundo de liberdade a minha espera, que antes eu só observava por trás dos muros do meu castelo. A porta estava aberta.

Sorri. Estava livre.

domingo, 18 de julho de 2010


Mais uma vez nos encontramos ali, onde tantos momentos bons aconteceram, onde um dia fomos felizes.
Estávamos separados por uma barreira que ninguém podia ver, mas todos podiam sentir. Barreira esta, que nos impedia de ter uma conversa franca, ou sequer de nos sentir a vontade na presença do outro. Quando foi que a colocamos entre nós?

Sentada naquele canto da mesa eu te observava distante, e quase que instantaneamente recolhi-me ao meu mundo tão confuso de perguntas sem respostas. Onde foi que nos perdemos? Teria sido diferente se eu não tivesse ido embora? Para melhor ou pior? Os meus questionamentos não respondidos talvez fossem os mesmos que você se fazia sentado tão longe de mim. E como eu, talvez não conseguisse respondê-los. Juntos até poderia existir uma chance para achar essa resposta que nos foge, mas eu sinceramente não alimento mais mais esperanças de que um dia possamos voltar a ser sinceros o suficiente um com o outro para achá-las, porque eu cansei de prever situações com você e me frustrar a cada tentativa.
Sabíamos que não seria dessa vez que tudo voltaria ao normal apesar daquele lugar tão familiar a nós dois. Talvez isso nunca viesse a acontecer. Apagar cicatrizes é muito mais trabalhoso do que causá-las, ainda mais para nós que temos feridas ainda abertas. Não há remédio, ou tratamento, apenas o tempo.
Hoje o silêncio se abatia tão sólido quanto a nossa barreira, que eu podia perceber: fora construída tijolo a tijolo por nós dois. A solução pairava clara para mim agora, deveríamos tirar um o tijolo do outro, pois não havia forma melhor de demonstrar que tudo já fora superado.
Um dia poderíamos tentar fazer isso, por enquanto...

Eu tinha apenas uma pergunta respondida.

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Ela acabara de acordar, eram 10:20 da manhã, se quer vira a noite passar.
O acordar pra ela nos últimos tempos era uma tarefa árdua, pois era sempre seguido das lembranças do que ela fizera antes de adormecer. Pensava nele, se culpava, se entupia de remédios e então, dormia. Era sempre assim desde que ele resolvera ir embora.
Depois que ele se fora, ela não sabia o que era mais difícil, se dormir e ser presenteada com flashbacks de sua partida, ou acordar ainda sentindo seu cheiro nos lençois. Com o tempo suas insonias e pesadelos foram resolvidos com altas doses de uns remedinhos receitados por suas amigas. O cheiro dele, com várias lavagens já havia ido parar no esgoto. Mas as lembranças... ah, essas insistiam em ficar.

Esquecê-lo parecia impossível. Não era apenas esquecer o homem lindo, gentil, generoso, porque esse poderia ser substituído facilmente. O mais difícil era esquecer todos aqueles momentos que haviam passado juntos. Foram 4 anos intensos de convivência, que para ela foram indescrítiveis. Para ele, nem tanto. Isso era o que ainda doía. Não era sua partida, não eram os motivos que ele havia alegado. Era não saber por quanto tempo estava ótimo para ela e não estava para ele. Era não saber por quanto tempo ficou cega deixando o seu amor acumular mágoas. Fora egoísta? Ela se sentia tão culpada.
Não alimentava mais um desejo de volta. Sabia que dessa vez era mesmo o fim. Talvez nem o amasse tanto mais, mas a dor de saber que não fora boa o suficiente a prendia no mesmo lugar pelo medo de machucar mais alguém. Ela sofria agora tudo o que não havia sofrido enquanto o tinha ao seu lado.
Há meses que ela não fazia nada direito. Apenas acordava, levantava-se a muito custo, ia trabalhar, voltava para casa e mergulhava na sua inércia. Não tinha mais ânimo para fazer nada além disso. Ele levara sua paz e sua perspectiva de ser boa para um outro alguém. E sozinha ela não conseguia mais suportar.
"Mas foi minha culpa.."

Então tomava remédios, e adormecia.

domingo, 20 de junho de 2010


Ela estava imersa num mar revolto de ciúmes. Ao mesmo tempo em que as coisas pareciam se encaixar sozinhas, ela tentava desencaixá-las. Sabia que podia estar sendo induzida ao erro, guiada por aquela paixão louca que estava incrustada em cada parte dela.

Já tinha desistido da tentativa de deixar pra lá. Agora seus pensamentos apontavam para as últimas ‘coincidências’. Uma mensagem. Uma ligação recusada. Um encontro casual. Explicações que não a convenciam. Ela até tentara acreditar, mas tudo parecia tão mal contado, que faltava alguma coisa. Talvez um olhar mais sincero ou palavras mais firmes. Aquela aparente falta de importância lhe parecia falsa.

Enquanto ela engolia tudo aquilo que tinha vontade de perguntar, em seu interior uma revolução queria expulsar aquelas dúvidas. A cada pergunta reprimida, lhe surgiam mais uma centena. E se parecesse opressora ou ciumenta ao extremo? Ah, foda-se, ele era seu namorado, devia-lhe no mínimo uma postura.
Então perguntou-lhe. Tudo.

Ele explicou com coerência ponto a ponto, outra vez.
Dessa vez para sua surpresa, conseguiu entendê-lo, pois involuntariamente abrira o coração deixando as acusações de lado.

O mar se acalmara. Ela caminhava de novo pela sua praia certa de que não mais submergiria naquele mar de loucura.

sábado, 12 de junho de 2010


É pai...
Você não está aqui. Por quanto tempo não esteve?

Eu posso me lembrar de alguns anos atrás, quando eu ainda era uma garotinha, e procurava seu colo sempre que alguém me abusava. E você sempre perguntava ‘Quem foi?’ então dizia: ‘Oun, fique aqui com papai’. Eu me lembro de quando você me dedicava músicas, que eu odiava, porque você as repetia mil vezes. Hoje, elas são provas de que esse tempo bom existiu.

Onde você está escondido? Você não é essa pessoa rancorosa e melancólica que se mostra hoje. Não pode ser. Você se esconde de você mesmo, e de todos os que tentam te ajudar. Você se afastou até mesmo de mim.
Eu, que sempre te tive como um exemplo, que aprendi a ser sincera com você. E agora te vejo mentir, sem saber quem é aquela pessoa. Eu, que curava minhas mágoas chorando em seus braços, e hoje sinto a dor da sua indiferença.

Até tento parecer não me importar, dizer que ‘tudo bem’. Mas doi, doi tanto! Doi saber que hoje, eu represento apenas cifras a menos na sua conta. Doi saber a imagem que você tem de mim. Eu que joguei o meu orgulho no alto para tentar ficar bem com você. Que se pudesse ter apenas um desejo realizado, pediria para que a gente pudesse ter a relação boa que um dia nós tivemos.

Você está perdido em meio a sentimentos ruins. Eu queria te ajudar, mas...
Eu grito, você não me escuta.
Eu te estendo a mão, você puxa a sua.
Eu tento aparecer, e você fecha os olhos.

Posso ser boba, mas ainda assim não consigo ter raiva. Porque eu sei que quando você reaparecer, eu vou te abraçar deixando minhas feridas de lado, só para curar as suas. Mesmo sabendo que corro o risco de me machucar ainda mais.

É uma pena que você não possa olhar dentro de mim e ver que as mágoas que eu carrego não chegam aos pés da minha saudade. Não do você de hoje, mas daquele que cantava repetidamente: ‘vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo na minha vida’.
São pessoas distintas.

O que a vida fez com você? O que você está fazendo com você?


Eu nunca quis que fosse assim.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Era o fim da linha.

Ela sabia que o mínimo passo acabaria com tudo. Tristezas, angústias, desespero. Tudo se esvairia com apenas um mínimo movimento de seus pés. Ela estava no limite entre a vida e a morte.
Já havia repassado diversas vezes aquela possibilidade em sua cabeça. Fora ali com uma decisão em mente. Mas ao chegar, sentia-se covarde diante daquela imensidão. Seus problemas não eram tão grandes quanto aquele penhasco, mas eram suficientemente grandes para fazê-la chegar até ali. Se pudesse escolher viver naquele lugar imenso, calmo, longe da realidade para sempre, ela escolheria. Mas não havia essa opção.
Só lhe restavam duas escolhas: viver sua infelicidade ou arriscar mexer seu pé. Ela não sabia o que lhe aguardava. Nem em Deus ela acreditava mais. Não tinha mais esperanças. Apenas uma interrogação em sua frente e uma certeza em suas costas.

Não, ela estava cansada, não poderia suportar mais.
Viu os pássaros ao longe. Ela gostaria de ser como eles, batendo suas asas rumo ao infinito.

Bateu uma brisa.
Fechou os olhos.
Um passo a frente.

Sim, ela também podia voar.

sábado, 5 de junho de 2010




Eu já jurei que não ia mais derramar lágrimas por homem nenhum. Que não ia mais ficar triste porque levei um bolo. Que não ia mais me incomodar com ciúmes. Que não ia colocar mais homem nenhum num pedestal. Que não seria capacho de mais ninguém. Que não ia aguentar um desaforo calada para não brigar. Que da próxima eu ia te ligar e falar tudo. Que não ia mais dormir com raiva.
Eu já jurei que eu não ficaria mais no computador escrevendo minhas melancolias e ouvindo uma música triste enquanto provavelmente você se diverte por aí, sem nem se lembrar da minha existência.

Eu já jurei, e quebrei minhas promessas todas as vezes, quando o homem em questão é você. Todas as vezes em que você me desarma com sua voz doce, e uma boa explicação.

Eu queria poder cumprir tudo o que eu já jurei pra mim, mas as juras que eu fiz pra ti parecem sempre calá-las.
Eu te amo, odiando-me.

sábado, 15 de maio de 2010


Sobre números


Perdoem-me os que gostam dos números, um dia eu também já os gostei. Já fiz uma prova de matemática sorrindo, como minhas amigas dizem. Bons tempos em que apenas assistindo às aulas eu estava pronta para encarar qualquer prova, e ainda ensinava aos que não entendiam. Bons tempos.

Envolvida por um sonho antigo, resolvi levar a frente o meu envolvimento numérico. Que erro! Entre o mundo real e imaginário eu me vejo perdida diante de raízes, matrizes, equações, limites, assíntotas, ordenadas, abscissas, derivadas, funções, e tantas outras coisas que eu poderia passar o dia listando. E lamentando.

Chego então à conclusão que sonhos se aplicam de maneiras diferentes às fases da vida. A relação agradável que um dia eu tive com números não existe mais, como o sonho então poderia permanecer? Não permanece. Ele se esvaiu assim como a garota que sonhava. Que na confusão dos números, descobriu a si mesma, e viu que sua personalidade é que era uma variável. E ao deduzir essa equação notou que ciência tão exata não combinava mais com ela.
Escuto gritos desesperados clamam por mudança. Escuto um choro que não pára. Escuto um lamento que cada vez vai ficando mais alto. Os números que um dia me confortaram, hoje me causam desespero. E por mais que eu tente calá-los, eles me incomodam um pouco mais a cada dia. Estamos travando uma batalha.

Mas já não tenho tanta força. Até o meu orgulho está fraquejando. A ideia de desistir da luta parece a melhor opção a cada instante.
Apesar de tudo, não sei ainda pra onde ir quando a guerra acabar.



(Um muito obrigada a todos os idiotas que ao invés de curtir a vida resolveram estudar matemática; que ao invés de ter seu nome eternizado por um bem a sociedade, preferiram ver seu nome numa fórmula.)



_

domingo, 9 de maio de 2010


Ela estava cansada de tantos ‘se’.

SE ele gostou, ele te liga amanhã.
SE você for chata, ele gama.
SE você for boazinha, ele corre.
SE você soltar um ‘eu te amo’ sem querer, ele se assusta.
SE você ficar com um amigo dele, ele fica com raiva.
SE você esquecê-lo, ele corre atrás.

SE as pessoas parassem de seguir verdades universais, e agissem de acordo com o que querem, seriam mais felizes. Dane-se o que é padrão. Deu vontade? Então ligue, seja chata, seja boazinha, diga que ama, fique com quem quiser, esqueça, corra atrás. Ou não também.



Faça o que tiver vontade.

sábado, 1 de maio de 2010


Estava pensando nele. Tentava entender o que tinha acontecido. Sabia que não deveria acontecer novamente, mas queria outra vez.

Quando foi que as nossas brincadeiras se tornaram realidade? Eu não sabia dizer. Entorpecida por um beijo há alguns minuto, eu me encontrava numa confusão de pensamentos. De alguma forma inexplicável, surgiu em mim um desejo de tê-lo. Logo eu, que sempre soube distinguir perfeitamente brincadeira de realidade. Agora eu estava confusa. Até mais do que há uns dois dias quando eu descobri que o desejava.

Foi num abraço inesperado que eu senti que para mim, não soava como amizade. Se dependesse da minha vontade, não o largaria. Um abraço apertado, firme, onde eu podia sentir cada pedaço de seu corpo encostado ao meu. Como assim? Eu me perguntava a cada segundo. Para mim tudo mudou ali. Fui embora então querendo ficar. A minha mente ia na direção contraria ao meu corpo.

Desejei que o dia seguinte chegasse depressa, quem sabe assim eu não veria que tudo não passara de um mal entendido e que não havia atração nenhuma entre nós, e que tudo continuava exatamente como antes. Engano. No mesmo instante em que o vi, aquela sensação inundou-me. Esforcei-me para agir com naturalidade enquanto cada parte de mim gritava por ele. Tentei não associar aquela proximidade ao longo do dia com uma reciprocidade. Já me bastava toda a minha confusão, não precisava de uma dose de ilusão. Creio que tenha me saído bem, exceto pelos meus olhos que volta e meia tentavam se rebelar e entregar o jogo. Ao ir embora, porém, ele me beijou.

Instantaneamente as dúvidas recomeçaram a me atormentar. Será que significou para ele o mesmo que para mim?

Volto a minha confusão, mas agora com duas certezas: A primeira é que eu o quero, e a segunda, é que não posso. Eu sei exatamente as consequências que isso vai me trazer. Sinto medo na mesma intensidade que sinto vontade.

E agora, você que me colocou nessa enrascada, o que eu faço? O que eu devo ou o que eu quero?

A resposta sempre me vem à cabeça, já que eu nunca fui muito ligada a pensar com a razão mesmo. Mas eu preciso que você me diga.

Até onde você quer chegar?

domingo, 25 de abril de 2010


Em janeiro, eu me lembro...

Eu posso lembrar do quanto eu andava perdida. Do quanto eu necessitava de você todos os dias, mesmo sem te conhecer. Então você surgiu em minha vida como um sonho, exatamente do jeito que eu sempre planejei que um companheiro meu tivesse de ser. Você me mostrou que eu não teria mais de seguir sozinha, como se, depois de te conhecer eu ainda pensasse nisso.

Eu sabia que nós não pararíamos naquela breve apresentação. Você me olhava com a mesma intensidade com que eu. Havia desejo em nossos pensamentos ocultos por sorrisos tímidos. Que logo se transformaram na nossa mais sincera forma de expressão. Basta um olhar e um sorriso teus, e pra mim, não há mais nada parado. Tudo gira.

Em janeiro, eu me lembro do quanto eu me embriagava da tua presença. Envolta nos nossos sonhos, planos, carinhos, e em teus braços, onde não há escuridão.

Depois de tantos meses, é onde eu ainda quero estar. Junto de ti, respirando amor. Te dando sempre o melhor de mim, e sabendo que não vou receber nada menos do que isso. Juntos então, sempre estaremos, fazendo de janeiro apenas o inicio de uma longa jornada, repleta de altos, baixos, e de um amor que deu certo.




Dedicado a David Lins.

sábado, 24 de abril de 2010


Amar o belo é fácil. Amar aquele garoto lindo que todo mundo gosta, amar aquela roupa que todo mundo usa, amar fazer aquilo que todo mundo faz, ou escutar a música que todos escutam, é extremamente fácil.

Ousado é aquele que não teme desafios e que ama o diferente. Nem todo mundo consegue olhar através de uma embalagem e ver o bombom delicioso que tem lá dentro. É preciso, antes de tudo, coragem.

CORAGEM, menina!

E abra sua mente para descobrir que as melhores coisas da vida não estão na frente da prateleira esperando qualquer um vir pegar. Não se conforme com as coisas fáceis demais. Elas não te dão o mesmo entusiasmo. Respire fundo para enfiar a mão lá atrás e pegar aquilo que ninguém teve a coragem, ou a ousadia, ou até a ideia mesmo, de procurar.

Entregue-se então para desfrutar o novo. Mergulhe num mar de descobertas e pare para pensar se elas são boas ou não pra você. Mas, lembre-se, apenas você pode saber se elas são boas ou não. Fique sempre pronta para mudar. E então divirta-se. Ame. Ame o incomum.

Renove-se.
Reinvente-se.

Seja diferente.

quarta-feira, 21 de abril de 2010


"... Deixe o seu recado após o sinal..."

beeep


Oi, sou eu. Mais uma vez você me deixou plantada a noite inteira. Amanhã provavelmente virá com uma desculpa idiota pensando que mais uma vez eu vou engolir. Desculpe te decepcionar, mas pra mim CHEGA. Chega de te perdoar por tudo, chega de ficar calada enquanto você me faz de capacho. Cansei de ficar aceitando tudo com uma boa moça pra você não me achar chata. Pois saiba que você é um grande babaca, e eu tenho pena de você. Eu tentei entender sua cabeça infantil uma, duas vezes. A terceira não vai acontecer, querido, I'm sorry! Enquanto você pensava que me enrolava com as suas historinhas, eu as escutava por educação. Eu paguei pra ver até onde você chegaria, e vi que você sai do nada ao nada. Um dia suas farras vão acabar e você vai se ver sozinho diante de todas a mulheres que um dia você pensou que enrolou. Quem sabe nesse dia você verá que, na verdade, você é que nunca deixou de ser..

"Insira mais 25 centavos para mais um minuto..."



OTÁRIO.



"Sua ligação está encerrada"

domingo, 28 de março de 2010


Desejo e decepção. Abrir mão de ti não é tão fácil quanto parecia. Apesar de todo o empenho que eu tenho dedicado a isto, tudo parece em vão quando estou perto de você. Te evitar parece impossível, nenhum esforço é suficiente, se quando eu olho para você esse é o último desejo que eu tenho. Se eu sei que na hora em que você me chamar eu não terei forças para resistir. Mas parece que estamos separados por uma barreira que você colocou entre nós.

Desfaça-a

Pelo que vivemos, pelo que ainda grita em mim, por mais que eu tente calar. Vamos voltar ao mundo que começamos a visitar, ainda há tanta coisa a ser descoberta.

E eu sei que você quer, sua boca pode repetir mil vezes a palavra não, mas seus olhos...

Eles ainda revelam muitos segredos sempre que encontram os meus.