sábado, 21 de agosto de 2010


Você diz que não se importa, que o sentimento por ela não é o mesmo que você sentia por mim. E eu acredito, por breves 5 minutos.
Eu sei que em algum momento de nossas vidas tivemos de nos separar, lembro também de tantas promessas que fizemos e que com o passar dos dias foram sendo quebradas. Não sei em que ponto vamos nos perdendo mais e mais, ou se a distância é só uma forma de tentar viver sem dor. Eu sei que de qualquer modo que eu tente viver, sua ausência é constante, as vezes mais intensa, as vezes mais fraca, mas sempre presente.
Ainda lembro de quando as primeiras promessas começaram a ser quebradas. Uma doía mais do que a outra. Dor que equiparo hoje ao que sinto quando vejo um espaço que já foi meu, palavras que um dia já foram ditas para mim sendo entregues a outra pessoa. Por mais que não seja sincero, parece tão verdadeiro como as coisas que um dia eu acreditei. Ou acredito.
Eu sinto medo. Medo de que eu esteja te perdendo de vez, medo de que você tenha encontrado alguém tão importante quanto você foi para mim. Eu vejo aquelas lindas declarações, eu vejo sua felicidade em fotos, e não posso acreditar que isso seja falso.
Eu queria te encontrar de novo. Eu queria me sentir completa outra vez. Queria me sentir forte como se nada nem ninguém pudesse me atingir. Eu queria tanto saber que você ainda me ama na mesma intensidade de antes, que o tempo não levou embora o que tínhamos de mais lindo.
Eu não consigo mais ter as certezas inquestionáveis que eu tinha antes.

Até que ponto você ainda estaria disposto a largar tudo para ficar comigo outra vez?
Será que ainda tens a mesma vontade que tinhas quando nos prometemos isso?

Eu vou esperar por você em todo lugar.



(Mesmo sabendo que não vai voltar.)

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sábado, 7 de agosto de 2010


"Pra mim já deu, tô caindo fora"

Dei as costas e saí caminhando com passos largos e decididos. Sabia muito bem tudo que estava deixando para trás. Podia imaginar o quão ele devia estar perplexo.

Não fora fácil para mim decidir largar tudo assim. Foram semanas e mais semanas pensando em como poderia dizer-lhe isso, principalmente porque eu não tinha um motivo específico, eu simplesmente cansei.
Do mesmo jeito que a gente cansa de ser maltratada, eu cansei de ter tudo sempre perfeito demais. Não sou princesa para viver conto de fadas, eu gosto de realidade, intensidade, eu gosto de viver. Como se diz por aí, eu não aguentava mais comer o mesmo feijão com arroz todos os dias.
Sei que ele deve ter ficado extremamente chocado. Podia ver que ele sequer esperava por isso, ele curtia nosso namoro como ninguém, sem perceber que eu não estava na mesma sintonia dele. Apesar de ter tentado tanto entrar na dele, eu me via cada vez mais distante. Mesmo quando comecei a dar indiretas, continuava tudo igual. Então só havia uma saída para mim.
Comecei a falar com ele, e seu rosto incrédulo quebrava meu coração. Por mais que ele perguntasse se não podíamos melhorar, eu sabia que não. Ele poderia até se esforçar para isso, mas para mim aquilo já tinha dado o que tinha que dar, o que eu precisava era de uma grande mudança e sabia que isso ele não ia me proporcionar. Por fim, o jeito que tive de fazê-lo entender que não dava mais foi sendo clara o suficiente e virando as costas.

Eu caminhava leve, e mesmo com aquela cena triste se repetindo em minha cabeça, feliz. Era a primeira vez que me sentia totalmente feliz por ser solteira. Eu via um mundo de liberdade a minha espera, que antes eu só observava por trás dos muros do meu castelo. A porta estava aberta.

Sorri. Estava livre.