sábado, 12 de junho de 2010


É pai...
Você não está aqui. Por quanto tempo não esteve?

Eu posso me lembrar de alguns anos atrás, quando eu ainda era uma garotinha, e procurava seu colo sempre que alguém me abusava. E você sempre perguntava ‘Quem foi?’ então dizia: ‘Oun, fique aqui com papai’. Eu me lembro de quando você me dedicava músicas, que eu odiava, porque você as repetia mil vezes. Hoje, elas são provas de que esse tempo bom existiu.

Onde você está escondido? Você não é essa pessoa rancorosa e melancólica que se mostra hoje. Não pode ser. Você se esconde de você mesmo, e de todos os que tentam te ajudar. Você se afastou até mesmo de mim.
Eu, que sempre te tive como um exemplo, que aprendi a ser sincera com você. E agora te vejo mentir, sem saber quem é aquela pessoa. Eu, que curava minhas mágoas chorando em seus braços, e hoje sinto a dor da sua indiferença.

Até tento parecer não me importar, dizer que ‘tudo bem’. Mas doi, doi tanto! Doi saber que hoje, eu represento apenas cifras a menos na sua conta. Doi saber a imagem que você tem de mim. Eu que joguei o meu orgulho no alto para tentar ficar bem com você. Que se pudesse ter apenas um desejo realizado, pediria para que a gente pudesse ter a relação boa que um dia nós tivemos.

Você está perdido em meio a sentimentos ruins. Eu queria te ajudar, mas...
Eu grito, você não me escuta.
Eu te estendo a mão, você puxa a sua.
Eu tento aparecer, e você fecha os olhos.

Posso ser boba, mas ainda assim não consigo ter raiva. Porque eu sei que quando você reaparecer, eu vou te abraçar deixando minhas feridas de lado, só para curar as suas. Mesmo sabendo que corro o risco de me machucar ainda mais.

É uma pena que você não possa olhar dentro de mim e ver que as mágoas que eu carrego não chegam aos pés da minha saudade. Não do você de hoje, mas daquele que cantava repetidamente: ‘vivo por ela, ninguém duvida, porque ela é tudo na minha vida’.
São pessoas distintas.

O que a vida fez com você? O que você está fazendo com você?


Eu nunca quis que fosse assim.

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