domingo, 17 de abril de 2011


"5 minutos que eu te veja, já vai fazer o meu dia mais feliz."


E era assim, você se arrumava rápido, enfrentava trânsito ou o que fosse para me ver, e passar comigo os 5 minutos que faziam o dia todo valer a pena. Era difícil ir embora, era difícil desligar o telefone, recebia mensagens nem que fosse com um simples "eu te amo" todos os dias.

Os dias foram se passando e cada coisa foi ficando mais escassa. As mensagens, os telefonemas, as visitas. A lembrança, talvez.

Não consigo negar que queria você colado a mim de novo, mas parece que esses dias ficaram para trás. Eu tento (com tentativas frustradas) fazer esse homem carinhoso voltar.

Sou carente mesmo, e acho que no fundo todo mundo é, inclusive você. Quem não gosta de ser mimado? De ser surpreendido? De receber uma declaração de amor? De se sentir importante para alguém? De amar, e mais do que ser amado, de se SENTIR amado?

Você é importante para mim, e eu me sentia importante para você. Alguma coisa está mudada entre nós e eu sinto a sua falta.

Por favor, tente me responder: Aonde foi que a gente se perdeu?


Eu já estou cansando de procurar as respostas.



domingo, 24 de outubro de 2010


- Então me diga o que você realmente acha.
- Tem certeza?
- Sim.

-Bom, eu acho que já demos o que tínhamos que dar. Por muito tempo acreditei que pudéssemos ter um futuro lindo, acreditei em tudo que você me dizia. Fui extremamente sincera com os meus sentimentos. Sofri, chorei a sua ausência. Acreditei em todas as vezes em que você jurou me amar, talvez até por conveniência. E eu poderia continuar fazendo tudo isso por um bom tempo se não tivesse caído na real. Acontece que hoje não consigo mais sentir aquela segurança da sua parte, não te vejo mais do mesmo jeito. Você parece fingir um sentimento apenas para não contradizer aquilo tudo que você me disse, mas eu não quero o seu amor assim. Eu sei o que seu sentimento por mim mudou. Não acho que você me odeie, só não me ama mais. Seus objetivos agora são outros, e eu não vou ficar investindo numa relação unilateral. Não sei quanto tempo levei para perceber que só tinha restado eu a alimentar essa situação, mas vejo que sair dela é a melhor alternativa. E saio de cabeça erguida. Foi bom enquanto durou, mas agora cada um segue seu rumo. Por favor, não venha mais me dizer que seu futuro ainda sou eu, ou me dar qualquer tipo de ilusão apenas para me confortar e me manter quieta te esperando, porque nem eu preciso mais do seu conforto, nem vou te esperar mais.
A nossa história termina aqui, e espero que você continue sendo feliz como eu sei que vou ser agora.

sábado, 18 de setembro de 2010


Dia de faxina. Limpeza da alma. Dia de renovação.

Pra quem vê de fora, aquela é mais uma sacola cheia de papeis velhos. É, talvez seja.

Ali estão todas as recordações, as lembranças, os sonhos, e tudo que um dia planejamos para nós.
Eu as olhava todos os dias desde que você se foi. Eu me debruçava sobre elas como se elas pudessem me dizer o porque de tudo ter chegado àquele ponto. Mas não foram aqueles papeis cheios de coraçõezinhos ou declarações bobas que me mostraram isso.
Quando eu levantei os olhos daqueles papeis já tão borrados de lágrimas, vi que havia vida além das lembranças. Vi que você havia ficado no fundo daquela caixa, junto com suas juras. Te deixei lá, então, e quem sabe um dia eu te encontrasse de novo.
E como quem acaba de ser curada, me levantei sem entender bem o que acontecia. Mas algo pulava dentro de mim. Quantas coisas eu deixei passar quando resolvi me prender a você? Não importa quantas foram, eu trataria de recuperar uma por uma.

Eu sempre soube que não seria fácil. Quantas vezes me repreendi por recorrer àquela caixinha de novo, pensando que encontraria respostas? Quantas vezes me desiludi achando que meus esforços eram em vão, já que eu sempre acabava no mesmo lugar com as mesmas lágrimas a cair?
Vezes suficientes para saber que isso não levaria a lugar algum.

E hoje é dia de renovação. É dia de jogar coisas velhas fora, e começo jogando essas coisas que há tanto tempo não leio, que não me fazem mais chorar, nem rir. Elas representam a indiferença que hoje você também significa para mim.
Aquele lugar que por tanto tempo foi ocupado por suas recordações, agora é ocupado por novidades, por intensidades e por coisas lindas. Hoje eu vejo a vida de um novo jeito, sem saber o que virá amanhã, mas sabendo que ele chegará repleto de coisas novas para se viver. Os dias não são mais todos iguais.

Te perdendo eu cresci tanto que não sei se quero mais te encontrar.


sábado, 21 de agosto de 2010


Você diz que não se importa, que o sentimento por ela não é o mesmo que você sentia por mim. E eu acredito, por breves 5 minutos.
Eu sei que em algum momento de nossas vidas tivemos de nos separar, lembro também de tantas promessas que fizemos e que com o passar dos dias foram sendo quebradas. Não sei em que ponto vamos nos perdendo mais e mais, ou se a distância é só uma forma de tentar viver sem dor. Eu sei que de qualquer modo que eu tente viver, sua ausência é constante, as vezes mais intensa, as vezes mais fraca, mas sempre presente.
Ainda lembro de quando as primeiras promessas começaram a ser quebradas. Uma doía mais do que a outra. Dor que equiparo hoje ao que sinto quando vejo um espaço que já foi meu, palavras que um dia já foram ditas para mim sendo entregues a outra pessoa. Por mais que não seja sincero, parece tão verdadeiro como as coisas que um dia eu acreditei. Ou acredito.
Eu sinto medo. Medo de que eu esteja te perdendo de vez, medo de que você tenha encontrado alguém tão importante quanto você foi para mim. Eu vejo aquelas lindas declarações, eu vejo sua felicidade em fotos, e não posso acreditar que isso seja falso.
Eu queria te encontrar de novo. Eu queria me sentir completa outra vez. Queria me sentir forte como se nada nem ninguém pudesse me atingir. Eu queria tanto saber que você ainda me ama na mesma intensidade de antes, que o tempo não levou embora o que tínhamos de mais lindo.
Eu não consigo mais ter as certezas inquestionáveis que eu tinha antes.

Até que ponto você ainda estaria disposto a largar tudo para ficar comigo outra vez?
Será que ainda tens a mesma vontade que tinhas quando nos prometemos isso?

Eu vou esperar por você em todo lugar.



(Mesmo sabendo que não vai voltar.)

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sábado, 7 de agosto de 2010


"Pra mim já deu, tô caindo fora"

Dei as costas e saí caminhando com passos largos e decididos. Sabia muito bem tudo que estava deixando para trás. Podia imaginar o quão ele devia estar perplexo.

Não fora fácil para mim decidir largar tudo assim. Foram semanas e mais semanas pensando em como poderia dizer-lhe isso, principalmente porque eu não tinha um motivo específico, eu simplesmente cansei.
Do mesmo jeito que a gente cansa de ser maltratada, eu cansei de ter tudo sempre perfeito demais. Não sou princesa para viver conto de fadas, eu gosto de realidade, intensidade, eu gosto de viver. Como se diz por aí, eu não aguentava mais comer o mesmo feijão com arroz todos os dias.
Sei que ele deve ter ficado extremamente chocado. Podia ver que ele sequer esperava por isso, ele curtia nosso namoro como ninguém, sem perceber que eu não estava na mesma sintonia dele. Apesar de ter tentado tanto entrar na dele, eu me via cada vez mais distante. Mesmo quando comecei a dar indiretas, continuava tudo igual. Então só havia uma saída para mim.
Comecei a falar com ele, e seu rosto incrédulo quebrava meu coração. Por mais que ele perguntasse se não podíamos melhorar, eu sabia que não. Ele poderia até se esforçar para isso, mas para mim aquilo já tinha dado o que tinha que dar, o que eu precisava era de uma grande mudança e sabia que isso ele não ia me proporcionar. Por fim, o jeito que tive de fazê-lo entender que não dava mais foi sendo clara o suficiente e virando as costas.

Eu caminhava leve, e mesmo com aquela cena triste se repetindo em minha cabeça, feliz. Era a primeira vez que me sentia totalmente feliz por ser solteira. Eu via um mundo de liberdade a minha espera, que antes eu só observava por trás dos muros do meu castelo. A porta estava aberta.

Sorri. Estava livre.

domingo, 18 de julho de 2010


Mais uma vez nos encontramos ali, onde tantos momentos bons aconteceram, onde um dia fomos felizes.
Estávamos separados por uma barreira que ninguém podia ver, mas todos podiam sentir. Barreira esta, que nos impedia de ter uma conversa franca, ou sequer de nos sentir a vontade na presença do outro. Quando foi que a colocamos entre nós?

Sentada naquele canto da mesa eu te observava distante, e quase que instantaneamente recolhi-me ao meu mundo tão confuso de perguntas sem respostas. Onde foi que nos perdemos? Teria sido diferente se eu não tivesse ido embora? Para melhor ou pior? Os meus questionamentos não respondidos talvez fossem os mesmos que você se fazia sentado tão longe de mim. E como eu, talvez não conseguisse respondê-los. Juntos até poderia existir uma chance para achar essa resposta que nos foge, mas eu sinceramente não alimento mais mais esperanças de que um dia possamos voltar a ser sinceros o suficiente um com o outro para achá-las, porque eu cansei de prever situações com você e me frustrar a cada tentativa.
Sabíamos que não seria dessa vez que tudo voltaria ao normal apesar daquele lugar tão familiar a nós dois. Talvez isso nunca viesse a acontecer. Apagar cicatrizes é muito mais trabalhoso do que causá-las, ainda mais para nós que temos feridas ainda abertas. Não há remédio, ou tratamento, apenas o tempo.
Hoje o silêncio se abatia tão sólido quanto a nossa barreira, que eu podia perceber: fora construída tijolo a tijolo por nós dois. A solução pairava clara para mim agora, deveríamos tirar um o tijolo do outro, pois não havia forma melhor de demonstrar que tudo já fora superado.
Um dia poderíamos tentar fazer isso, por enquanto...

Eu tinha apenas uma pergunta respondida.

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Ela acabara de acordar, eram 10:20 da manhã, se quer vira a noite passar.
O acordar pra ela nos últimos tempos era uma tarefa árdua, pois era sempre seguido das lembranças do que ela fizera antes de adormecer. Pensava nele, se culpava, se entupia de remédios e então, dormia. Era sempre assim desde que ele resolvera ir embora.
Depois que ele se fora, ela não sabia o que era mais difícil, se dormir e ser presenteada com flashbacks de sua partida, ou acordar ainda sentindo seu cheiro nos lençois. Com o tempo suas insonias e pesadelos foram resolvidos com altas doses de uns remedinhos receitados por suas amigas. O cheiro dele, com várias lavagens já havia ido parar no esgoto. Mas as lembranças... ah, essas insistiam em ficar.

Esquecê-lo parecia impossível. Não era apenas esquecer o homem lindo, gentil, generoso, porque esse poderia ser substituído facilmente. O mais difícil era esquecer todos aqueles momentos que haviam passado juntos. Foram 4 anos intensos de convivência, que para ela foram indescrítiveis. Para ele, nem tanto. Isso era o que ainda doía. Não era sua partida, não eram os motivos que ele havia alegado. Era não saber por quanto tempo estava ótimo para ela e não estava para ele. Era não saber por quanto tempo ficou cega deixando o seu amor acumular mágoas. Fora egoísta? Ela se sentia tão culpada.
Não alimentava mais um desejo de volta. Sabia que dessa vez era mesmo o fim. Talvez nem o amasse tanto mais, mas a dor de saber que não fora boa o suficiente a prendia no mesmo lugar pelo medo de machucar mais alguém. Ela sofria agora tudo o que não havia sofrido enquanto o tinha ao seu lado.
Há meses que ela não fazia nada direito. Apenas acordava, levantava-se a muito custo, ia trabalhar, voltava para casa e mergulhava na sua inércia. Não tinha mais ânimo para fazer nada além disso. Ele levara sua paz e sua perspectiva de ser boa para um outro alguém. E sozinha ela não conseguia mais suportar.
"Mas foi minha culpa.."

Então tomava remédios, e adormecia.