domingo, 20 de junho de 2010


Ela estava imersa num mar revolto de ciúmes. Ao mesmo tempo em que as coisas pareciam se encaixar sozinhas, ela tentava desencaixá-las. Sabia que podia estar sendo induzida ao erro, guiada por aquela paixão louca que estava incrustada em cada parte dela.

Já tinha desistido da tentativa de deixar pra lá. Agora seus pensamentos apontavam para as últimas ‘coincidências’. Uma mensagem. Uma ligação recusada. Um encontro casual. Explicações que não a convenciam. Ela até tentara acreditar, mas tudo parecia tão mal contado, que faltava alguma coisa. Talvez um olhar mais sincero ou palavras mais firmes. Aquela aparente falta de importância lhe parecia falsa.

Enquanto ela engolia tudo aquilo que tinha vontade de perguntar, em seu interior uma revolução queria expulsar aquelas dúvidas. A cada pergunta reprimida, lhe surgiam mais uma centena. E se parecesse opressora ou ciumenta ao extremo? Ah, foda-se, ele era seu namorado, devia-lhe no mínimo uma postura.
Então perguntou-lhe. Tudo.

Ele explicou com coerência ponto a ponto, outra vez.
Dessa vez para sua surpresa, conseguiu entendê-lo, pois involuntariamente abrira o coração deixando as acusações de lado.

O mar se acalmara. Ela caminhava de novo pela sua praia certa de que não mais submergiria naquele mar de loucura.

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