sexta-feira, 11 de junho de 2010


Era o fim da linha.

Ela sabia que o mínimo passo acabaria com tudo. Tristezas, angústias, desespero. Tudo se esvairia com apenas um mínimo movimento de seus pés. Ela estava no limite entre a vida e a morte.
Já havia repassado diversas vezes aquela possibilidade em sua cabeça. Fora ali com uma decisão em mente. Mas ao chegar, sentia-se covarde diante daquela imensidão. Seus problemas não eram tão grandes quanto aquele penhasco, mas eram suficientemente grandes para fazê-la chegar até ali. Se pudesse escolher viver naquele lugar imenso, calmo, longe da realidade para sempre, ela escolheria. Mas não havia essa opção.
Só lhe restavam duas escolhas: viver sua infelicidade ou arriscar mexer seu pé. Ela não sabia o que lhe aguardava. Nem em Deus ela acreditava mais. Não tinha mais esperanças. Apenas uma interrogação em sua frente e uma certeza em suas costas.

Não, ela estava cansada, não poderia suportar mais.
Viu os pássaros ao longe. Ela gostaria de ser como eles, batendo suas asas rumo ao infinito.

Bateu uma brisa.
Fechou os olhos.
Um passo a frente.

Sim, ela também podia voar.

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