sábado, 18 de setembro de 2010


Dia de faxina. Limpeza da alma. Dia de renovação.

Pra quem vê de fora, aquela é mais uma sacola cheia de papeis velhos. É, talvez seja.

Ali estão todas as recordações, as lembranças, os sonhos, e tudo que um dia planejamos para nós.
Eu as olhava todos os dias desde que você se foi. Eu me debruçava sobre elas como se elas pudessem me dizer o porque de tudo ter chegado àquele ponto. Mas não foram aqueles papeis cheios de coraçõezinhos ou declarações bobas que me mostraram isso.
Quando eu levantei os olhos daqueles papeis já tão borrados de lágrimas, vi que havia vida além das lembranças. Vi que você havia ficado no fundo daquela caixa, junto com suas juras. Te deixei lá, então, e quem sabe um dia eu te encontrasse de novo.
E como quem acaba de ser curada, me levantei sem entender bem o que acontecia. Mas algo pulava dentro de mim. Quantas coisas eu deixei passar quando resolvi me prender a você? Não importa quantas foram, eu trataria de recuperar uma por uma.

Eu sempre soube que não seria fácil. Quantas vezes me repreendi por recorrer àquela caixinha de novo, pensando que encontraria respostas? Quantas vezes me desiludi achando que meus esforços eram em vão, já que eu sempre acabava no mesmo lugar com as mesmas lágrimas a cair?
Vezes suficientes para saber que isso não levaria a lugar algum.

E hoje é dia de renovação. É dia de jogar coisas velhas fora, e começo jogando essas coisas que há tanto tempo não leio, que não me fazem mais chorar, nem rir. Elas representam a indiferença que hoje você também significa para mim.
Aquele lugar que por tanto tempo foi ocupado por suas recordações, agora é ocupado por novidades, por intensidades e por coisas lindas. Hoje eu vejo a vida de um novo jeito, sem saber o que virá amanhã, mas sabendo que ele chegará repleto de coisas novas para se viver. Os dias não são mais todos iguais.

Te perdendo eu cresci tanto que não sei se quero mais te encontrar.


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